A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, de maioria republicana, votou nesta quinta-feira (16) uma medida simbólica para obrigar o presidente Joe Biden a pôr fim à suspensão do envio de bombas de grande potência para Israel.
A interrupção da entrega do carregamento, que inclui bombas de 2.000 libras (907 kg) e de 500 libras (226 kg), foi decidida no momento em que Washington, principal aliado militar de Israel, se opõe a uma grande ofensiva das tropas israelenses na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza.
A medida votada pelos republicanos nesta quinta-feira tem poucas chances de se transformar em lei, já que no Senado os democratas são maioria e, de qualquer forma, Biden prometeu vetá-la.
A norma impediria o presidente de congelar qualquer ajuda militar aprovada pelo Congresso para Israel, país que está envolvido em uma guerra contra o Hamas em Gaza após o ataque sem precedentes do movimento islamista palestino ao território israelense em 7 de outubro de 2023.
"O presidente e seu governo devem imediatamente retroceder e apoiar Israel", declarou em comunicado o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson.
A votação no Congresso dos Estados Unidos ocorre ao mesmo tempo em que o governo israelense anuncia que intensificará suas operações terrestres em Rafah, apesar dos pedidos da comunidade internacional para evitar uma invasão para proteger a população civil.
Os republicanos argumentam que Biden não tem o direito de interferir na campanha militar de Israel, enquanto os líderes democratas na Câmara dos Representantes classificaram a votação como "outra manobra partidária" para interferir nas prerrogativas do presidente de conduzir a política externa.
No entanto, 16 representantes democratas apoiaram a iniciativa republicana, desafiando o chefe de Estado.
A suspensão determinada pela Casa Branca afeta apenas uma parte do material militar fornecido pelos Estados Unidos.
O governo de Biden informou na terça-feira ao Congresso que entregará um pacote de armas no valor de US$ 1 bilhão (R$ 5,12 bilhões), que será retirado de um pacote significativo de US$ 95 bilhões (R$ 487 bilhões) recentemente aprovado pelo Congresso em apoio à defesa da Ucrânia, Israel e Taiwan.